segunda-feira, 1 de março de 2010

Leia, acredito que vá lhe interessar.

Devido a fatos ocorridos durante um ano de treino, contarei aqui, relatos de coisas que aconteceram com amigos de treino, e até mesmo comigo, são coisas que acontecem agora, antes e sempre. Tentarei usar aqui uma linguagem formal para fugir um pouco do padrão virtual de linguagem em que vivemos; sem erros, sem pleonasmo, com coerência e de uma forma clara e sutil. Nessas linhas vocês verão as experiências do Parkour Versus "Sociedade", não explicarei agora, pois é o tema do texto. Já li muitas coisas, agora, escreverei as minhas, estou direcionando/recomendando a leitura para aqueles que não praticam o Parkour, fica a critério de cada um.
Por muitos anos a prática do Parkour vem sofrendo preconceitos por parte da sociedade em que vivemos; acredito que no exterior isso já tenha sido superado de alguma forma na maioria dos países. Fora do meu meio de treino, minha tribo de treino, eu vejo como a prática é desprezada ou debochada verbalmente, com piadinhas sem fundamento e de duplo sentido, como: "limpacu, pácu, dácu, etc. Piadinhas totalmente sem conhecimento do que realmente se trata, quando que depois ficam "pagando pau' quando vêem alguém treiando. A prática do Parkour deveria, na minha opinião, ter apoio total do governo, pois é por nós, praticantes, que ocorre a valorização e preservação dos meios públicos onde treinamos. A maioria das praças do Rio estão abandonadas, sem iluminação durante o período noturno, degradadas, pixadas, e até mesmo, viram espaço para oferendas, e, quando falta iluminação nas mesmas, viram diversão para os mais "taradinhos", algumas vezes me deparo com bancos quebrados e indevidamente "zuados" com porcarias grudentas, a fim de fazer pessoas desatentas sentarem em suas armadilhas nem um pouco originais.
Dentro do ônibus, vista a janela, vejo praças e mais praças, com sua atenção focada apenas no espaço morto que aquela traz; paredes descascadas, macumbas em quantidades que não se pode contar; antes do Parkour, uma praça feia e suja era só mais uma mancha no meio urbano para mim, aquilo era sem valor, sem cor, e eu, como muitos, preferia as praças pintadinhas e armônicas, que não tinham fezes humana ou oferendas para a triste degradação de imagem do local.
Há um ano atrás comecei meus treinamentos, desde então, os meus momentos ociosos no acento do ônibus foram substituidos por momentos de criatividade e ao mesmo tempo adimiração por aquelas praças que para uns eram feias e sem cor, por muito tempo, me peguei viajando em um engarrafamento bem em frente a alguma praça, só imaginando: Nossa, olha aquilo; Caramba olha o que dá para fazer ali. Agora eu me pergunto como uma pessoa que pratica algo tão lindo, pode alguma vez ser chamado de "vândalo", nessa sociedade, nesse país, nesse continente, nesse mundo, com tanta coisa inadmicível, pode ser alguma vez, definida aleatoriamente como vandalismo? Parkour é autonomia, liberdade, se tivessemos liberdade suficiente, não haveria tanta guerra, se não existicem as leis não haveria o pecado, e o Parkour é isso, faz as coisas que a sociedade não consegue muita das vezes fazer, e é por isso que estou aqui escrevendo, singelamente estou pedindo para que você respeite a prática, assim como eu respeito calado os absurdos que as igrejas e demais coisas praticam, respeite os conceitos do Parkour, respeite a filosofia, David Belle (criador) disse: Preserve seu local de treino, pois é nele, que você chegará à evolução.
Parkour é preparo próprio, o que eu treino não influenciará na sua vida, nem a sua vida fará o mesmo com o meu treino, esse tipo de pré opinião é totalmente perdoável e admicível, por isso estou por meio deste, tentando fazer você pensar o contrário, em prol do lado positivo, abrir a sua mente em relação a isso, seja um cabeça dura, mas com visão geral e com inteligência.

Quero agradecer a todos por terem lido, espero que tenham gostado, obrigado mesmo, de coração.

Caio.